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Aquele Dentre Vós Que Está Sem Pecados, Atire A Primeira Pedra

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16/12/2018 17h35 – Por: Paulo Eduardo de Barros Fonseca

Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam, pois, os judeus, tentando-o, para o poderem acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).

Nessa lição de Jesus, com absoluta lucidez e ágil raciocínio, longe de pretender proibir que se reprove e reprima o mal – e deu exemplos disso -, traduz a máxima da indulgência – mesmo porque somos espíritos em desenvolvimento e, portanto, passíveis de erros -, ao ensinar que as pessoas deveriam suprimir o julgamento apressado e, mais ainda, que devem julgar os outros com a mesma severidade que gostariam de ser julgada.

É bem verdade que comumente somos bastante benevolentes para com os nossos erros e muito severos para com os erros dos outros, além do que também nos precipitamos e, muitas vezes, nos equivocamos no julgamento do próximo. Nessa situação, Jesus situa como hipócritas os que não enxergam lascas de madeira em seus olhos e se preocupam com meros ciscos em olhos alheios.

Se, de um lado, é certo que o mal deve ser reprimido, inclusive para que seja banido dos corações humanos e, como finalidade, eliminado da sociedade; por outro lado, é de se evitar julgamentos maledicentes e precipitados, pois que esses evidenciam a imperfeição moral daquele que os faz e que aquela pessoa necessita de ajuda para reeducar seus sentimentos, a partir do reconhecimento de suas falhas.

Na sua lição Jesus deixa o exemplo de que a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia e, ao mesmo tempo, que é indevido atribuir a si mesmo o direito de condenação e, inclusive, de repressão.

Mas, como a consciência íntima de cada pessoa é capaz de mensurar que todos são criados para o bem e que, portanto, o mal em nós é apenas um desvio de rota, um equívoco, uma doença que deve ser tratada e que tem total cura, reconhecer e encarar as nossas falhas, os nossos defeitos, e tentar corrigi-los é o despertar do coração!

Sendo indevido observar as falhas, por vezes mínimas, no comportamento dos outros e não encarar os gritantes defeitos em nós mesmos lembra-te que Jesus disse: aquele dentre vós que está sem pecados, atire a primeira pedra.

Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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