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Ateus também vão para o Céu

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09/02/2016 10h35

É essencial, portanto, que alguns dos que acreditam em Deus sejam um pouco mais fraterno

Ninguém,
inclusive os irmãos ateus, deve menoscabar ou recear o Apocalipse de Jesus,
desde que seja correto, solidário no Bem com os seus irmãos de todas as crenças
e descrenças da Terra. Pode, sim, preparar-se para o que vai acontecer. Aliás, já está ocorrendo.

Por que
solidário no Bem?! Ora, Você queria que fosse no quê?! No mal?! Então aí já é
por efeito de quadrilha. Caso de polícia. (…)

É essencial,
portanto, que alguns dos que acreditam em Deus sejam um pouco mais
fraternos. “Sem Fraternidade não pode
haver Paz”, ensinava Victor Hugo (1802-1885).

Há até mesmo pessoas ateias que, chegando ao Plano
Espiritual, após a morte física, levam vantagem sobre gente que diz crer em
Deus, mas que não o demonstra, pois prefere ignorar o sofrimento alheio
(Evangelho, segundo Mateus, 25:31 a
46). Muitos dos considerados descrentes praticaram boas ações movidos por Amor
desinteressado aos semelhantes, sem esperar bom troco divino. Criaram o céu
dentro de si, em vez de ambicioná-lo como um presente futuro à custa do que
realizaram, ou pensaram fazer, em prol do semelhante. Afinal, este não deixa de
ser um tipo de mercenarismo: “Ó, Deus!
serei bom se me deres o céu… Se não, não!”.

Não basta afirmar que acreditamos no Pai Celestial. É
necessário que, pelos nossos atos de Fraternidade eficaz, o comprovemos.

Evidentemente, não estou induzindo ninguém ao ateísmo. O que
proponho é que juntos, sem exceção, procuremos cada vez mais ser solidários no
Bem. Isto é Ecumenismo: dar as mãos e socorrer os carentes, do corpo e da Alma.

Bem a propósito, trago um dos mais belos poemas da literatura
sacra de todos os tempos, nascido do coração fervoroso de Santa Teresa de Jesus:

Ao Cristo Crucificado

Versão — Fernando
Rocha (1933-2001)

“Não me comove, meu Deus, para amar-Te/ o céu que Tu me
tens prometido;/ não me comove o inferno tão temido,/ para deixar por isso de
ofender-Te.

“Tu me comoves, Senhor; comove-me o ver-Te/ cravado numa
cruz e escarnecido;/ comove-me ver Teu corpo tão ferido;/ comove-me Teu sofrimento e Tua morte.

“Comove-me, enfim, Teu Amor, de tal
maneira,/ que, embora não houvesse céu, Te amaria,/ e, se não houvesse inferno,
a Ti temeria.

“Nada tens de me dar porque Te queira,/
pois, ainda que tanto espere, não mereça,/ o mesmo que Te quero, Te quereria”.

Vivinhos!!

Por que o
espanto?! O Pai Celestial, que não pode ser compreendido antropomorficamente,
deseja ver frutificar na Terra a Bondade. Se não eram maus, se foram dignos e
honestos, por que anatematizá-los?! Por certo, o Criador tratará, no Seu Reino,
de elucidá-los sobre a Vida Eterna. Embora ateus, irão acordar do Outro
Lado, fortemente surpreendidos. Porém, vivinhos! Entretanto, aqueles que
não se preocuparam em fraternalmente orientá-los, já que pouco ou nada adianta
cultivar religiosidade com arrogância, terão de prestar contas ao Senhor da
Vida. Porque muito de esclarecimento lhes foi concedido para distribuir aos
seus irmãos, não apenas por palavras que o vento leva, mas pelas ações
exemplares. Atos merecedores de respeito, posto que moralmente confortam, erguem,
encaminham e também alimentam, vestem, medicam o carente de Fé e os indigentes
da existência em seus tormentos.

Atentemos, pois, para a advertência de Jesus, no Evangelho, segundo Lucas, 12:42 a 44, quando nos convoca
a portarmo-nos como o mordomo
fiel e prudente, a quem o Senhor confiará os Seus conservos para dar-lhes
sustento a seu tempo. Em “Apocalipse sem medo”, no capítulo “A Profecia
continua válida”, abordo mais o assunto.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor. [email protected] — www.boavontade.com

Ateus também vão para o Céu

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