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Cinco dicas comportamentais para garantir a segurança do piloto de motocicleta

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23/07/2014 08h14

O poder público faz de conta que elas não existem e quando o assunto é acidente ou despesas do INSS, lá estão elas na boca do povo.

Fernando Medeiros

O mês de julho é considerado o mês dos motociclistas, isso porque no dia 27 é comemorado o Dia do Motociclista. Infelizmente no nosso país fazer parte desta “tribo” é quase um “crime” e defender motos é quase falar palavrão. O poder público faz de conta que elas não existem e quando o assunto é acidente ou despesas do INSS, lá estão elas na boca do povo. As pessoas esquecem que acima de tudo há vidas preciosas sobre as motocicletas e justamente por isso merecem a nossa atenção, respeito e também empenho no sentido de preservá-las. Preparei abaixo algumas dicas para que as pessoas reflitam mais sobre a questão da segurança das motocicletas e também para que reconsiderem seus métodos de pilotagem e suas escolhas.

1 – Fone de ouvido e celular – Definitivamente a relação do brasileiro com o celular é no mínimo intrigante. Parece que não vivemos sem eles e quando estamos sem nos sentimos “nus”. Mas o ato de pilotar uma motocicleta é algo que exige exclusividade e concentração absoluta. Estamos no controle de um veículo sujeito a mudanças de cenário muito repentinas, o que em um momento é tranquilidade, em segundos torna-se uma situação de alto risco. Definitivamente não faz sentido utilizar celular ou fones de ouvido enquanto se pilota. Os ouvidos ocupados irão lhe roubar informações preciosas trazidas pelo som como, por exemplo, a aproximação de um carro, uma buzina, outra moto se aproximando ou mesmo detectar defeitos na sua própria máquina.

2 – Túneis são mais perigosos para motocicletas – Provavelmente você nunca ouviu falar isto, mas é verdade, os túneis possuem características que ampliam os riscos para a motocicleta. Por exemplo, aderência do solo nestes locais é menor do que no asfalto normal, pois trata-se de um ambiente fechado, onde há maior concentração de poeira. Este fator também aumenta o risco do pó entrar nos olhos. O ambiente com som dos carros amplificado impede tanto os pilotos quanto os motoristas de ouvirem sons que poderiam ser de alertas. Há também a questão da menor área de escape, isto é, a maioria dos túneis possuem pistas estreitas e sem acostamento. Em caso de risco não há muito para onde escapar e principalmente se há uma queda, os motoristas não tem muito como desviar de quem caiu.

3 – Canto de lombada – É bem comum vermos motociclistas passando entre as lombadas e o meio fio. Esta é uma atitude extremamente perigosa. Primeiro porque se há na rua uma lombada, é porque a velocidade deve ser reduzida. Também temos que considerar os riscos do ato em si, pois no canto das ruas há muito mais concentração de detritos, portanto compromete a aderência dos pneus e se tem um lugar péssimo para alguém cair da moto, este lugar é próximo do meio fio, o risco de quebrar pescoço ou coluna é exponencialmente maior, as pedaleiras da moto podem, ainda, acertar a própria lombada ou a calçada e acredite isto não é nada bom.

4 – Vias com travessas – Constantemente observo carros e motos passando por ruas com travessas, sem nem considerar a hipótese de que outro veículo pode atravessar sem observar o movimento. O fato de estar na via preferencial não é garantia de que ninguém vai atravessar, portanto cruze as ruas com prudência, sinalize com lampejo de farol ou buzina e trafegue em velocidade compatível com a da via.

5 – Mito de frear BA proporção 70%/ 30% – Se você é motociclista, provavelmente já ouviu falar que se deve frear 70% com a roda dianteira e 30% com a roda traseira. Já escutei inclusive instrutores de pilotagem orientando usuários de motos neste sentido. Provavelmente esta ideia é resultado da capacidade de frenagem das motos, sejam elas com freios a tambor, disco ou ABS, a roda da frente é o que garante o maior poder de frenagem e isto não se deve à força aplicada no manete ou pedal de freio, a questão é física. Ao acionar o freio dianteiro, o peso da moto em movimento pressiona o pneu no chão aumentando a capacidade de frenagem. Isto não acontece com a roda traseira, por isso é muito mais fácil derrapar o pneu traseiro.

Quando você for frear uma moto esqueça esta história e freie para parar sem derrapar. Se você ficar se preocupando em calcular se está acionando o manete e pedal nas medidas certas, provavelmente irá bater ou cair antes de passar a régua na sua conta. Portanto não esqueça… Freie para parar sem derrapar! Motos com os dois freios a tambor precisam de mais espaço para parar, portanto não abuse da velocidade e garanta um bom espaço de frenagem. Motos com freios à disco normalmente conseguem parar mais rápido, no entanto é preciso tomar cuidado para não derrapar, principalmente a roda dianteira. Motos com ABS são espetaculares, você pode “encher a mão e o pé” nos freios, que o próprio sistema se encarrega de garantir que a roda não pare de rodar até que a moto esteja parada.

Se você está pensando em comprar uma moto agora e puder pagar por este recurso, esteja certo de que seu dinheiro será bem gasto.Nunca se esqueça: investir em segurança é sempre o mais barato dos remédios.

Fernando Medeiros é diretor executivo da ASSOHONDA.

Fernando Medeiros

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