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Do Lixo ao Luxo… do Luxo, para o Lixo (Fernando Loch)

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17/09/2014 06h32

Do Lixo ao Luxo… do Luxo, para o Lixo

A tecnologia oferece uma oportunidade de devolver para os cofres uma parcela daquilo que se perdeu na cadeia produtiva e nos postos finais de consumo.

Fernando Loch

Mundo acelerado, no ritmo das máquinas que não param de produzir. Chegamos ao limiar de um tempo que não podemos desperdiçar. A necessidade de mudança de comportamento e padrão de consumo clama silenciosamente no grito da Natureza que se esvai e mostra-se de modo visível na lavoura perdida pra seca, nas lavouras ressequidas nos campos e no leito do rio que se foi; surgindo de novo nas cheias que rompem barreiras, nas ruas alagadas e nos bairros que a enchente inundou.

É a hora da escolha, chegou o momento de se comprometer!

A tecnologia oferece uma oportunidade de devolver para os cofres uma parcela daquilo que se perdeu na cadeia produtiva e nos postos finais de consumo. Estamos transformando o lixo em Energia, de modo que prosperam soluções de reutilização e reuso de tudo que se fartou. Podemos e devemos nos aprimorar na seleta de nossos resíduos para poder contribuir com esse processo de produção de riqueza.

Muitas empresas no mercado de luxo já começaram a lançar produtos específicos que prospectam dos contêineres de resíduos a matéria prima renovável, produzindo peças de alto valor agregado “catando” restos do lixo… UM LUXO! Agregar Valor de Sustentabilidade deixou de ser um diferencial de produto para se transformar em estratégia econômica.

O comprometimento das pessoas ditas iniciadas no conhecimento científico tem contribuído para reforçar o engajamento de todos na busca por um modelo de mercado capaz de incluir todos os setores da sociedade no processo de formação e distribuição de produtos e renda, e também na oferta de produtos e serviços.

Repensar todo processo, refazer todos os passos.

Na contra mão da Evolução, cresce também o subproduto da modernidade; a exclusão, o despertencimento e a apatia pelo outro. O desejo de democracia desenvolveu-se como uma desordem moral individualista que rotula produtos, pessoas e relações com o selo de “descartável”, “não retornável” e nos faz dependentes de coisas que não precisamos.

Mais Luxo e menos luxúria.

A sensualidade do marketing nos chama às compras e cegos pelo desejo pagamos por coisas que “acreditamos” precisar. No lamento do Funk Ostentação se perde mais um menino pras drogas e joga-se, de novo, nos Morros a culpa por esta situação. Porém, fazemos nossas crianças dançarem em frente ao celular para receber um “click”, apenas curtição. Sem perceber que com isso criamos valores indigestos que no curso da vida haverão de produzir seus efeitos, depauperando a cidadania dos jovens e enriquecendo os senhores do crime.

Tentamos criminalizar nossas crianças sem sentarmos juntos no banco dos réus. Parece-nos distante a vingança marginal, mas para que um menino atire para sacar seu par de sapatos, o outro precisa estar vestindo-o. Achamos deplorável o uso do sexo para pagar as contas, mas para cada “patricinha” de óculos escuros e bolsa de marca, temos outra menina nua em uma cama dos fundos de uma espelunca qualquer. É feio olhar o lixo sem ver que luxo, às vezes o fez assim.

Quando o valor da etiqueta reduz o de toda cadeia de valor, reduzem-se também a vontade de investir em tecnologia limpa, condições saudáveis de trabalho e capacitação da mão de obra. Poderíamos consolidar nosso desejo por mudança passando simplesmente a etiquetar o Valor Verdadeiro que o produto carrega. De onde veio sua matéria prima, de que forma foi transportada até as fábricas, como se transformou no que compramos, de que jeito foi conduzida às prateleiras e até, quem nos chamou para comprá-lo. Onde está sendo vendido e porque está sendo utilizado.

Menos Lixo e mais Harmonia.

Aferir “consciência” às compras pode nos elevar para uma condição humana empática e mais sincera, faz ainda sermos mais responsáveis uns pelos outros de modo a agirmos com mais sabedoria na hora do consumir, afinal porque, quem paga a conta do desperdício somos todos nós. A verdadeira libertação do homem pode, assim, ser devolvida a ele simplesmente fazendo-o desenvolver suas aptidões e capacidades em favor uns dos outros. De um para todos.

Do eu para o EU!

Obrigado por ler este artigo na tela. Se se fores imprimí-lo, faça-o em “modo econômico e no verso de uma folha já utilizada.

Fernando Loch – Arquiteto com MBA em Gerenciamento de Projetos, realiza palestras/aulas nos Ciclos de Estudos da Prosperidade promovidos pela Seicho-No-Ie do Brasil, por todo o país. Contato: (48) 9922-8618 e 3248-5977 ou [email protected] e https://www.facebook.com/ciclodeestudosdaprosperidadeflorianopolis

Fernando Loch - Seicho-No-Ie do Brasil

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