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Ócio, pai da violência

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30/07/2018 12h26 – Por: Wilson Aquino

Os números da violência no Brasil são estarrecedores. Todos os dias, em todos os lugares, são registrados os mais variados tipos de crime, envolvendo adolescentes, jovens e adultos, homens e mulheres. Além dos crimes, temos também elevados índices de vandalismo, que vão desde pichações a destruições de patrimônios público e privado e brigas, que afrontam violentamente a moral e os bons costumes da sociedade.

Mas, afinal, a que se deve tamanha violência hoje no País? Por que um número cada vez maior de pessoas, especialmente jovens e adolescentes, se envolvem nos mais variados atos ilícitos, criminosos?

Se procurarmos analisar a fundo os motivos que levam jovens e adolescentes a esse mundo da violência, chegaremos a algumas respostas e uma delas certamente será a ociosidade desses indivíduos no dia-a-dia, que os estimula e os ensina a trilhar esse caminho torto que resultará em diferentes graus de influencias negativas e maléficas de seus integrantes.

O velho ditado de que “mente vazia é oficina do diabo” é uma grande verdade e de consequências inevitáveis, como as que temos visto e ouvido por intermédio dos noticiários.

Uma sociedade que não dá boas e saudáveis opções de práticas esportivas, culturais e de lazer para seus jovens e adolescentes, permitirá que se aglomerem e encontrem “soluções” para suas desocupações que poderão, amanhã, voltarem-se contra si próprio e/ou para a sociedade, nas formas de doenças, vícios, crimes de roubos, furtos, assassinatos.

Ou seja, se um jovem não conta com uma boa infraestrutura de esporte, cultura e lazer em seu bairro, em sua cidade, para se ocupar por períodos contra escolar, à noite ou nos finais de semana, certamente acabará encontrando outros meios (nem sempre saudáveis e/ou recomendáveis) para passar o tempo com os amigos, levando junto maus hábitos como o fumo, a bebida e até as drogas que se tornarão vícios.

Mesmo sob a rígida educação e fiscalização dos pais, o ócio na comunidade juvenil levará para dentro dos lares muitos desses vícios, promovendo a discórdia, o desentendimento, as brigas e revoltas nesse ambiente sagrado, com consequências para toda sociedade.

O Estado tem grande parcela de culpa pelos inúmeros casos de violência na sociedade, quando não exerce com competência a sua função de investir nessa infraestrutura de esporte, cultura e lazer nos bairros e vilas das cidades.

Não basta ao Estado pegar todo o dinheiro arrecadado junto ao próprio povo e investir apenas em obras e ações de educação, saúde e infraestrutura urbana. É preciso investir também, e muito, no bem estar social da comunidade, para que seus membros tenham mais conforto e qualidade de vida.

Temos no Brasil inúmeros casos de sucesso absoluto de projetos voltados culturalmente e esportivamente para crianças, jovens e adultos que crescem nesses ambientes, bem longe da ociosidade. Projetos musicais, escolinhas de futebol, de ginástica e dança e tantos outros projetos que evitam que menores trilhem por caminhos tristes, tortuosos e espinhosos.

A igreja também faz muito bem esse papel, de envolver o indivíduo, menor ou adulto, em atividades benéficas e saudáveis ao corpo e (principalmente) ao espírito. Ela orienta e ajuda o indivíduo a se fortalecer, lhe dando argumentos, instrumentos e conhecimentos sobre o real sentido da vida, alicerçado na palavras e mandamentos de Deus.

Estudos revelam que jovens e adultos que acreditam em Deus e no papel da igreja na salvação do homem, dificilmente se desviam do caminho. Ou seja, dificilmente se enveredam para o mundo do crime, da violência. Logo, não é errado afirmar que feliz é aquela família cujos filhos são criados dentro do evangelho de Jesus Cristo.

Voltando para o poder público, maior responsável pelo aumento da criminalidade no país, quando não investe em obras saudáveis para o desfrute da sociedade nas áreas de cultura, esporte e lazer, há que se ressaltar também seu péssimo e criminoso exemplo quando desvia dinheiro público para o enriquecimento pessoal e/ou de determinados grupos.

O Estado dá péssimo exemplo ao cometer crimes de desvio de verba e de má conduta ética e profissional nas esferas municipal, estadual e federal e o que é ainda pior, nos três poderes. A sociedade perde referência pública de idoneidade, honestidade, caráter e outras virtudes que deveriam ser ilibadas em todo servidor público.

Insisto: todos os bairros e vilas de Campo Grande e interior, de todas as cidades brasileiras enfim, deveriam ter uma excelente infraestrutura para práticas esportivas, culturais e de lazer para todos, com professores e instrutores, pagos e/ou voluntários, para estimular as competições esportivas e culturais e tantas outras ações.

Deveriam ter também milhares de mini-bibliotecas, gibitecas e outros organismos semelhantes, informatizadas, para o estudo e lazer da criançada. Esses ambientes serviriam também para jovens e adultos.

A sociedade pede socorro e num ano como este, de eleição, não dá mais para as pessoas permanecerem no ócio político. É uma boa oportunidade para analisar as propostas daqueles que querem nos representar e alijar do processo todo aquele manchado pela culpa.

Jornalista e Professor

[email protected]

Ócio, pai da violência

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