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Universidade de Buenos Aires vive ‘onda brasileira’ em curso de medicina

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20/06/2018 15h46

O Ciclo Básico Cómun (CBC) da Universidad de Buenos Aires (UBA), na Argentina, período inicial obrigatório antes dos cursos de graduação específicos oferecidos pela instituição, vive uma “onda brasileira”, segundo o jornal argentino Clarín. O fenômeno é parte de um recorde histórico de 60 mil matrículas de estrangeiros na universidade no ano passado.

“O aumento de estrangeiros já era notado no ano anterior, mas sobretudo em 2017 se viu mais claramente”, afirmou o diretor do CBC, Jorge Ferronato, ao periódico. O dado se reflete nas filas de inscrição e nas aulas. Em algumas salas, os professores ministram aulas para um público completamente oriundo do exterior, que se atrai pela gratuidade dos cursos da UBA e pelo seu prestígio.

Segundo a QS, entidade internacional que publica anualmente um ranking das principais universidades do mundo, a instituição foi a nona melhor de ensino superior da América Latina em 2017.

“No primeiro dia de aulas, a professora conversou com os alunos antes de começar. Disse que não podemos chegar à UBA apenas para esquentar o lugar, mas que deveríamos aproveitar a oportunidade que ela nos dá de estudar e retribuir ao país tal generosidade”, afirmou a equatoriana Andrea López ao Clarín.

Já o colombiano Carlos Florez disse ao jornal que o mais lhe chamou a atenção foi a facilidade para se inscrever. “É só chegar, colocar seu nome, assinar os documentos e pronto: já se pode estudar. Enfim, a paraguaia Griselda Rojas argumentou que em seu país poucas pessoas têm acesso ao ensino superior. “No Paraguai, ou se trabalha ou se estuda. As duas coisas é impossível”, completou.

Segundo os estudos do Ciclo Básico Común da UBA, os brasileiros são o maior contingente estrangeiro matriculado na universidade hoje. Representam metade dos 60 mil estrangeiros, seguidos pelos chilenos, colombianos, peruanos e, pela primeira vez na história da instituição, venezuelanos. A particularidade dos estudantes do Brasil é que cerca de 60% deles escolhem o curso de medicina.

Fenômeno semelhante acontece na Universidade Cristiana de Bolivia (Ucebol), em Santa Cruz de la Sierra, a 12 horas da fronteira com a cidade brasileira de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Lá, 60% dos alunos estrangeiros são do Brasil. Os dados indicam que aproximadamente 30 mil brasileiros vivam no município atualmente.

“Os brasileiros têm mais dificuldades com as matérias de humanas do que com as de física, química e biologia”, revelou Ferronato. “No início, a barreira é o idioma. Entendem melhor as aulas orais do que os textos escritos, mas, com o tempo, acabam se adaptando”, completou.

O fenômeno, segundo a UBA, é um boom. Os estudantes viajam milhares de quilômetros, passam um longo tempo distante das famílias e aprendem o espanhol já vivendo em Buenos Aires. O motivo principal é a falta de vagas nas instituições do país: as universidades públicas oferecem, em média, 100 lugares para o curso por ano.

Em abril deste ano, para piorar o panorama, o presidente Michel Temer assinou uma portaria congelando a abertura de novas grades do curso até 2023, assim como a expansão de novas vagas nos cursos já existentes. A medida, apresentada aos órgãos do setor em reunião em Brasília, vale para instituições públicas federais, estaduais e municipais e privadas.

O argumento do MEC é que, antes de abrir novos cursos, a pasta precisa “avaliar” e “adequar” o currículo da formação médica no país, que foi prejudicado nos últimos anos pelo excesso de novas grades.

“Isso se faz necessário até porque as metas traçadas com relação à ampliação de médicos no Brasil já foram atingidas. Mais que dobramos o número total de faculdades de formação de medicina nos últimos anos, o que significa dizer que há uma presença de formação médica em todas as regiões do Brasil”, afirmou o ministro Mendonça Filho durante entrevista coletiva em Brasília

“O que eu gasto em um mês estudando medicina em uma universidade privada brasileira, na Argentina eu pago o aluguel, os suprimentos de um mês e os livros”, afirmou a carioca Raíssa Wenderroscky. “A UBA é reconhecida em muitos países, abre as portas do mundo, e isso também me levou a escolher viajar para estudar nela”, finalizou.

Assessoria de Imprensa

Crédito: divulgação

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