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Aulas de Jazz em presídio estimulam autoestima das detentas

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01/07/2015 10h11

Aulas de Jazz em presídio da Capital estimulam autoestima das detentas

As aulas tiveram início há mais de um mês e são ministradas pela bailarina Suzana Leite.

Parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Fundação Municipal de Cultura (Fundac) está proporcionando o poder transformador da dança às internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, na Capital.

Dezesseis custodiadas participam de aulas de Jazz no presídio, podendo vivenciar, através dos passos coreografados, a sensação de liberdade dos movimentos mesmo entre os muros da prisão.

As aulas tiveram início há mais de um mês e são ministradas pela bailarina Suzana Leite. A iniciativa tem como objetivo estimular a melhoria na autoestima das custodiadas e, até mesmo, capacitá-las para atuarem profissionalmente como dançarinas, representando um meio de sustento quando conquistarem a liberdade. Esse é o terceiro ano em que a ação é desenvolvida na unidade prisional.

Apesar de já estar em andamento, o lançamento oficial do projeto foi realizado nessa terça-feira (30), com direito a apresentação das alunas, de uma bailarina da Escola de Dança do Dom Bosco e a presença de autoridades da Agepen, Fundac e Ministério Público Estadual.

Para a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, as aulas de dança, assim como as demais manifestações artísticas propiciadas no presídio, contribuem para combater o estresse nas detentas, incentivando, assim, a melhoria na disciplina.

Há cerca de dez anos atuando junto a custodiadas do EPFIIZ, a bailarina Suzana Leite garante que é visível a mudança comportamental de quem se entrega a aprender a dançar. Segundo ela, prova disso é algumas mulheres, mesmo depois que conquistam a liberdade continuam participando das aulas. “Atualmente temos seis ex-detentas fazendo jazz”, informou.

Profissional no ramo da cultura há mais de 30 anos, Maria Helena Belalian, da Divisão de Arte da Fundac, enfatizou que “a dança é um exercício completo, que faz bem para o corpo e para a alma”, refletindo diretamente da melhoria de vida de quem pratica.

Curso de Pintura Predial

Essa terça-feira também foi dia de entrega dos certificados às 20 reeducandas que participaram do curso de pintura predial, oferecido por meio de parceria entre a Agepen e o Conselho da Comunidade de Campo Grande (CCCG).

Com carga horária de 160 horas, a capacitação envolveu aulas teóricas e práticas desenvolvidas pela Escola Concretta, abordando conhecimentos que vão desde como fazer o orçamento de pintura de obras ou revestimentos de interiores, noções de segurança no trabalho e higiene, a preparar superfícies para acabamento e aplicar tintas e revestimento; além aplicação de textura, marmorização e grafiato; consideradas um diferencial para os profissionais.

A interna Nívea Cristina Pereira, 39 anos, foi uma das concluintes e garante que pretende atuar na área. “Quero muito trabalhar com isso, pois dá dinheiro e é muito melhor do que ficar na rua vendendo droga e ser presa”, disse. Segundo ela, a intenção é se especializar na aplicação de textura. “Se eu consegui fazer aqui dentro consigo lá fora, sem falar que nós mulheres somos muito mais detalhistas e podemos fazer um trabalho diferenciado”, comentou.

Presente na solenidade, a promotora de justiça Jískia Trentin Sandri, que também representou o CCCG no evento, destacou que a iniciativa foi resultado de “um trabalho de muita gente, que se esforça para oferecer oportunidades de ressocialização”.

Já a coordenadora das unidades prisionais femininas da Agepen, Jane Maria Motta Stradiotti, que falou em nome da direção da agência penitenciária, ressaltou que o “sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul tem buscado incansavelmente possibilidades de se oferecer capacitação profissional aos custodiados, facilitando o acesso ao mercado de trabalho”.

Também participaram do evento a chefe da Divisão de Educação da Agepen, Elaine Arima Xavier Castro e o diretor da Escola Concretta, Ricardo Bonfim, além de instrutores do curso e servidores penitenciários.

Aulas de Jazz em presídio estimulam autoestima das detentas

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