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Ociosidade na indústria em 2016 será a maior em 15 anos

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28/07/2016 19h00

E a situação está ainda pior neste ano

A ociosidade na indústria brasileira deve bater novo recorde neste ano. “Em 2016, a utilização da capacidade instalada permanece baixa, inferior à observada em 2015”, diz a Nota Econômica divulgada nesta quinta-feira, 25 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No ano passado, a utilização da capacidade instalada (UCI) foi de 66%, a mais baixa média anual registrada desde 2001, quando a CNI começou a pesquisar a UCI. Isso significa que 34%, ou mais de um terço, das máquinas, equipamentos e instalações da indústria ficaram parados.

“A alta ociosidade traz prejuízos para todos. Além dos custos altos, máquinas e equipamentos parados desestimulam os investimentos e dificultam a retomada do crescimento da economia e a criação de empregos”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Por isso, ele destaca que é preciso fazer os ajustes necessários à recuperação da confiança dos empresários e dos consumidores, como o controle dos gastos públicos, a reforma da Previdência e a modernização da infraestrutura.

E a situação está ainda pior neste ano. Em junho, a utilização média da capacidade instalada ficou em 64%, um ponto percentual abaixo do registrado no mesmo mês de 2015. Nos meses de janeiro e fevereiro, atingiu 62%, o nível mais baixo dos últimos 15 anos, indicando que 38% do parque industrial ficou parado nos dois primeiros meses de 2016.

“A elevada ociosidade foi determinada pela queda da demanda, que teve início ainda no fim de 2013”, avalia a CNI. O ajuste da produção à demanda começou nas indústrias que produzem bens de maior valor e bens de capital, como automóveis e caminhões. No setor de veículos automotores, a utilização da capacidade instalada no ano passado foi 15 pontos percentuais inferior à média registrada entre 2011 e 2014.

Logo depois da Copa do Mundo de 2014, a crise se espalhou por setores que fornecem insumos para a indústria de transformação, como metalurgia e borracha. Por exemplo, em 2015, a utilização da capacidade instalada no setor de metalurgia e produtos de metal ficou 10 pontos percentuais abaixo da média de 2011-2014.

Em 2015 e 2016, a ociosidade aumentou em setores de produtos de consumo não duráveis, como alimentos, vestuário e material de limpeza. Em setores como vestuários e couros e artefatos, a utilização média da capacidade instalada caiu 7 pontos percentuais em 2015 na comparação com ma média de 2011-2014, diz o estudo da CNI.

PREJUÍZO PARA AS EMPRESAS – A alta ociosidade prejudica as condições financeiras das empresas, porque a manutenção de máquinas e equipamentos, mesmo parados, tem custos fixos, que independem do número de bens produzidos. “Quando se produz pouco – muito abaixo da capacidade, como em 2015, o custo fixo de produção é dividido por um menor número de unidades produzidas. Quando o custo por unidade produzida aumenta muito, sua produção pode se tornar inviável e forçar a empresa a fechar”, alerta a CNI.

O estudo informa ainda que, inicialmente, a baixa demanda provocou o acúmulo de estoques indesejados. “Os estoques ficaram acima do planejado na maior parte de 2015 e foram ajustados ao nível planejado apenas no fim do ano, depois de sucessivas reduções da produção”, diz a Nota Econômica, com base nos dados da Sondagem Industrial.

A manutenção de estoques acima do planejado, observa a CNI, também compromete a saúde financeira das empresas e aumenta a necessidade de capital de giro. “Isso porque as empresas gastam com trabalho, insumos e matérias-primas no momento da produção e demoram mais tempo para obter o retorno financeiro com a venda dos produtos”, explica o estudo.

Fiems

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