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Chegou o inverno no Sul do Brasil (Luiz Carlos Amorim)

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05/07/2011 13h58

Chegou o inverno no Sul do Brasil

E o inverno chegou pra valer, aqui no sul e também no sudeste do Brasil. E com cara de inverno de verdade: muita chuva, muito frio, muita umidade. Se esses primeiros dias da estação são uma amostra do que teremos nos próximos meses, a coisa vai ser rigorosa. Já tivemos neve nas cidades mais altas do Estado, já tivemos geada por toda Santa Catarina, até aqui em casa um dos meus pés de cambucá teve as folhas queimadas pelo frio. Ontem, voltando do norte do Estado, vi os bananais com as folhas secando por causa da sapecada.

Até tivemos um ou dois dias com um momento de sol tímido, nestas primeiras semanas de inverno, mas eles continuavam cinza pela tarde e anoitecia com um baita vento gelado, como quem diz: não parecia tão frio para um dia de inverno, mas não esqueçam, estou aqui. Não dava coragem de colocar a cara para fora da porta de casa. Até meu pé de jacatirão de inverno, o manacá-da-serra, sentiu o frio, a chuva e o vento: carregadinho de flores, as pétalas começaram a cair mais cedo.

O primeiro dia de inverno bem típico da estação, dia pra se fazer bolinho de chuva, chocolate quente, uma sopa caprichada, pão de queijo com café bem quente, até um quentão ia bem. Um caldo de tainha, então… Por falar em tainha, a safra deste ano começou ruim, não se pescou quase nada nas primeiras semanas, mas quase no final da temporada, tivemos a redenção: segunda a mídia, mais de uma centena de toneladas. Não é uma beleza?

Amanhã vou ao mercado, mesmo chovendo e fazendo frio, para comprar tainhas, camarão e ovas para fazer algumas recheadas e guardar no freezer para mais tarde, pois a safra está acabando. Do resto faço cambira – tainha escalada e seca no sol, coisa que minha amiga Urda, de Blumenau, gosta muito e por isso quero mandar outra para ela. Se não fizer sol, guardo elas já salgadas na geladeira, até que tenhamos tempo bom de novo. E, claro, reservo uma ou duas para fritar e fazer um caldo, que é tudo de bom, pois caldo de tainha aquece o coração e alma da gente.
Inverno é assim, aqui no litoral de Santa Catarina: frio com tainha. Se não der tainha, é inverno pela metade. Abençoada terra, abençoado mar, abençoada natureza, que tão maltratada por nós, a despeito de nosso desrespeito para com ela, nos presenteia com o que ela tem de melhor. Não é à toa que ela é chamada de Mãe Natureza.

* Sobre o autor: Luiz Carlos Amorim é Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 31 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas Suplemento LIterário A ILHA e Mirandum (Confraria de Quintana), além de mais de 50 livros. Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 27 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.

Luiz Carlos Amorim

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