27/03/2015 11h13
A ideia central é fomentar ações de produção em grande escala para geração de emprego e renda no Estado.
A Fundação de Apoio ao Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) realizou, nos dias 25 e 26 de março, o II Encontro sobre a Cadeia da Bocaiúva no Mato Grosso do Sul. A ideia central é fomentar ações de produção em grande escala para geração de emprego e renda no Estado.
O evento aconteceu no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MS) e promoveu o encontro de pesquisadores de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Colômbia que desenvolvem estudos sobre a espécie Acrocomia (Bocaiúva).
Os pesquisadores abordaram diversos assuntos como a produção de biodiesel a partir da extração do óleo dos frutos, o extrativismo, o uso da planta na produção de nanomateriais, usos na indústria farmacêutica e cosmetológica, entre outros temas.
O coordenador do evento, Ruy Caldas, secretário executivo da Rede Pró-Centro-Oeste, afirma que o maior ganho foi conseguir estruturar um grande programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação sobre a Bocaiúva no MS.
A planta nativa ainda é de grande ajuda para recuperação de áreas degradadas e uma alternativa bastante viável de consórcio com a bovinocultura.
O Diretor-Presidente da Fundect, Marcelo Turine, aponta a Bocaiúva como um tesouro desconhecido no qual o Estado precisa pensar estrategicamente. “A cadeia produtiva organizada pode trazer renda para as 60 mil famílias que trabalham com agricultura familiar em Mato Grosso do Sul”.
O superintendente estadual de Ciência e Tecnologia, Renato Roscoe, se mostra bastante otimista ao cenário, “Dentro do Fórum Estadual de Ciência e Tecnologia, que acontecerá dia 9 de abril, existem dois grupos de grande aderência à Bocaiúva, o de bioeconomia e o de economia criativa”.
As pesquisas com a Bocaiúva tiveram início em 2003 quando um programa do Governo Federal motivou a pesquisa em combustíveis verdes. Por ser uma planta perene e levar em média dez anos para apresentar resultados, a Bocaiúva acabou perdendo espaço para demais commodities como a soja.
Apesar das dificuldades os pesquisadores não desistiram de apostar na Acrocomia e hoje apresentam dados coerentes para iniciar ações que colocarão a Bocaiúva de volta no cenário do empreendedorismo e da indústria.
