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Mulheres relatam casos de violência e discutem estratégias durante conferência

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25/11/2015 10h46

Mulheres relatam casos de violência e discutem estratégias durante conferência na Capital

O objetivo da conferência é dialogar com todos os segmentos organizados de mulheres e com os governos estadual, municipais e federal

No Brasil, muitas mulheres sofrem com a violência doméstica e por falta de informação não sabem como proceder para fazer a denúncia. É o caso de Vera Lúcia Batista, moradora de Corumbá, que foi casada por 30 anos e sofria violência por parte do esposo. Após conhecer a Lei Maria da Penha e requerer medida protetiva, ela conseguiu a separação e hoje é delegada na 4ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, que acontece até quarta-feira(25) na Capital e pode ser uma das representantes do Estado, na etapa nacional que acontecem em Brasília.

Vera Lúcia, é representante das Mulheres do Assentamento São Gabriel em Corumbá, e participa pela segunda vez de conferências estaduais. Para ela, que sentiu na pele a experiência de viver em um lar com agressões e atualmente expõe seus anseios, batalhar pelos direitos de outras mulheres é mais que uma vitória. “Depois que conheci meus direitos e resolvi mudar de vida, muita coisa melhorou para nossa família. Esse é meu objetivo, ajudar mulheres que sofrem violência e não sabem como agir. A discriminação ainda é muito grande, acham que lugar de mulher é dentro da cozinha, estamos provando que não é bem assim”, destacou Vera.

Outra delegada que pretende levar suas reinvindicações a Brasília é Domitilha Ribeiro da Silva. Representante do município de Nova Andradina, ela diz que muitas vezes a mulher agredida teme denunciar porque não é independente financeiramente. “Sabemos que muitas não denunciam por medo de retornar para casa. O que espero é que as mulheres agredidas tenham total apoio do poder público, para que no caso de agressão elas fiquem amparadas e seguras”, ressaltou Domitilha.

A 4ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, com o tema “Mais direitos, participação e poder para mulheres”, é promovida pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, pasta ligada à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast).

O objetivo da conferência é dialogar com todos os segmentos organizados de mulheres e com os governos estadual, municipais e federal; discutir as estratégias de fortalecimento das políticas para as mulheres e a democratização da participação das mulheres nas diversas esferas institucionais e federativas; eleger delegadas que representarão o Mato Grosso do Sul na 4ª Conferência Nacional.

Mulheres Negras

Sempre atuante nas discussões dos direitos das mulheres, a representação negra em MS reforça a luta constante pela igualdade de direitos e oportunidade, tanto no trabalho e educação. Para Ana José Alves Lopes, conselheira Estadual dos Direitos da Mulher e presidente do Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul “Raimunda Luzia de Brito”, ainda há muito machismo, racismo e intolerância na sociedade. “Lutamos há muito tempo para combater as desigualdades. Muitas de nossas ancestrais já se foram e lutaram incansavelmente pela garantia dos direitos. Somos o segundo país com a maior população negra, 53% pelos dados atuais, isso é mais da metade da população do Brasil”, descreveu a presidente.

Em termo de violência, os dados do “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil” apontam que o assassinato de mulheres brancas caiu 31,3%: de 32 em 2003, caiu para 22 em 2013. Por outro lado, a morte de mulheres negras aumentou 48,1% no mesmo período: de 27 em 2003 saltou para 40 em 2013.

Assessoria da Vice-Governadoria e Sedhast

Mulheres relatam casos de violência e discutem estratégias durante conferência

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