30/07/2014 16h17
Segundo Fúlvio, a intenção é buscar mais parcerias com empresários, no sentido de abrir novas frentes laborais.
Mais frentes de trabalho como meio de intensificar a disciplina. Essa é uma das propostas do novo diretor do Instituto Penal de Campo Grande, oficial penitenciário Fúlvio Ramires da Silva, que tomou posse do cargo na manhã desta terça-feira (29) em substituição ao oficial penitenciário Erani Antônio Boeno, que estava na direção desde março de 2012 e deixou a função a pedido.
Segundo Fúlvio, a intenção é buscar mais parcerias com empresários, no sentido de abrir novas frentes laborais. “Em uma unidade onde o trabalho é forte a disciplina também é forte”, destacou. Outro foco, conforme o novo dirigente, é a valorização dos servidores. “O IPCG exige uma obra constante e coletiva e é essencial que o trabalho de toda a equipe seja valorizado”, disse. “Estou ciente do desafio e reconheço o trabalho dessa equipe que fez desta unidade um dos presídios mais respeitados da Capital”, complementou.
Presente na solenidade de posse, o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Deusdete Souza de Oliveira Filho, ressaltou o trabalho desenvolvido pela gestão anterior do estabelecimento prisional. “O Boeno é um homem forte, diferenciado, de poucas palavras e de muita ação”, elogiou. “Tudo que aqui foi feito, foi colocado da melhor maneira possível”.
Ao novo diretor, Oliveira desejou boa sorte e pediu empenho, comprometimento e que consiga envolver toda a equipe em prol do desenvolvimento de um trabalho sério e eficaz. “Não tente trabalhar sozinho, faça do seu grupo espelho da sua força”, falou ao diretor empossado. Em discurso, o dirigente também anunciou reforço no quadro de servidores no presídio: “Estaremos mandando para cá pelo menos 16 novos servidores desse último concurso que começaram a tomar posse hoje”, informou.
Despedindo-se do cargo de diretor, Boeno agradeceu a todos os companheiros de trabalho e enfatizou que buscou, durante sua gestão, investir no ser humano, seja por meio de melhoria aos servidores, como em iniciativas de reinserção social. “Graças à equipe, conseguimos desenvolver esse trabalho. Me sinto honrado”, afirmou. Essas ações, segundo ele, também foram calçadas em uma rotina de disciplina. “Não tivemos nenhuma fuga nesse período, demos oportunidades, mas quando se precisou apurar e punir nós o fizemos, em 2013 tivemos 191 procedimentos disciplinares abertos e em 2014 foram 81; também realizamos diversas vistorias, sempre de maneira transparente”, garantiu.
Também participaram da solenidade de posse o diretor de Operações da Agepen, Pedro Carrilho de Arantes, e o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária, Francisco Sanábria, além de chefes de Divisão, de Núcleo e diretores de unidades prisionais da Capital.
Avanços
Considerado presídio referência entre as unidades de regime fechado por conta do grande número de internos estudando, o Instituto Penal de Campo Grande passou por importantes avanços nos últimos dois anos, como a implantação de ensino superior para os detentos. Atualmente oito internos fazem faculdade a distância. Outro foco no presídio nesse período tem sido a qualificação profissional, com pelo menos 80 detentos capacitados em área como panificação, pizzaiolo entre outros.
Para proporcionar mais qualidade ao trabalho dos servidores e à custódia dos presos, vários trabalhos foram desenvolvidos, entre eles construções e ampliação de vários barracões de trabalho, reforma dos alojamentos dos servidores, estruturação do setor de saúde e melhorias em salas de aula, além da construção de um auditório destinado à realização de cultos ecumênicos, palestras eventos de um modo geral.
O IPCG foi pioneiro na Capital no sistema de atendimentos por videoconferência da Defensoria Pública. Na unidade prisional também se instalou, em caráter experimental, o projeto piloto da “Central de Alvarás”, responsável pelas consultas de alvarás de soltura de presos de Campo Grande.
Outra ação pioneira é a realização, no período noturno, de um curso técnico de Transações Imobiliárias pelo Instituto Federal de Mato Grosso o Sul, no qual vinte custodiados estão sendo capacitados. Ao término da qualificação, os reeducandos terão registro profissional cadastrado no Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci).
