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Hospital de ensino forma mais de mil acadêmicos e estagiários por ano

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20/11/2017 18h21

Campo Grande (MS) – Agregar tudo aquilo que é voltado para promoção de ensino e pesquisa, bem como acompanhar os indicadores de qualidade e desempenho do hospital, são as duas principais funções da Diretoria de Ensino e Qualidade Estratégica (DEPQI). A unidade conta com 215 preceptores médicos (responsáveis por conduzir e supervisionar o desenvolvimento dos médicos residentes nas especialidades de um hospital), 115 residentes médicos, 117 preceptores da residência multiprofissional e 24 residentes multiprofissionais.

De acordo com o diretor da DEPQI, o médico cirurgião, José Júlio Gonçalves, o departamento tem várias ferramentas que acompanham o desempenho de internação, de produção científica e também de qualidade assistencial.

“A diretoria agrega tudo o que é voltado para promoção de ensino e pesquisa. E acompanhar os indicadores de qualidade e desempenho do hospital. O núcleo de segurança do paciente é uma das comissões obrigatórias em que a gente monitora. Como hospital de ensino, temos diante do Ministério da Educação (MEC) várias exigências e uma delas é que a gente tenha comissões obrigatórias. Temos que comprovar as reuniões por meio de atas e mostrar que os indicadores estão sendo acompanhados. O hospital só está sendo creditado se tem indicadores acompanhados”, pontua o médico.

Na avaliação de José Júlio, a obrigatoriedade imposta pelo MEC é uma forma de criar uma cultura de segurança assistencial nos novos profissionais. Como hospital de ensino o governo federal repassa um valor a mais e exige do hospital que comprove que está tendo produção científica seja com residentes ou trabalhos científicos.

“Também sou presidente da Comissão de Ética e Pesquisa, então todo trabalho científico da área de saúde passa por essa comissão. Se for desenvolver aqui no hospital, ou se o hospital é um cenário de coleta de dados, então o trabalho é analisado se está dentro das normas de pesquisa, se infringe a ética. Depois de passar por alguns critérios, recebe autorização da comissão com número do protocolo, mas tem obrigação de trazer os resultados para o hospital saber o que está sendo produzido”, conta o diretor.

Hospital de ensino

O Governo Federal considera hospital de ensino todo aquele que abriga alunos de medicina, de enfermagem, que tenha residência médica, desenvolva pesquisas e que tenha vínculos com as universidades e institutos de ensino superior. “Faz uma vistoria a cada dois anos e nosso vem sendo renovado. Com advento da faculdade de medicina da Uems, nós vamos além de ser hospital de ensino, ser hospital universitário também, porque o hospital referência para a instituição estadual é o Regional”, pontua.

Os médicos recebem preceptoria, adicional no seu salário para orientar residentes e alunos estagiários. “Isso é raro no Brasil, pouquíssimos hospitais públicos tem isso. São 215 preceptores. Recentemente, abrimos dois programas de residência novos, de gastrologia e neurologia clínica. É uma necessidade. Temos muito cirurgiões do aparelho digestivo no Estado, mas temos poucos gastros clínicos. No HRMS são 115 residentes profissionais médicos que serão especializados aqui com objetivo de atender o próprio Estado”.

Conforme José Júlio, o HRMS é o maior formador de residentes do Mato Grosso do Sul. O período de permanência no hospital é de dois anos. “A residência na verdade é uma especialização latu sensu, não estrito como mestrado e doutorado. É um programa de ensino e prática ao mesmo tempo. Tem aulas teóricas no hospital, práticas e tem estágios fora. Por exemplo, o setor de nefrologia, aqui em MS não tem transplante de rim, mas o aluno vai lá para São Paulo ver transplante de rim. Um mês que ele passa lá vê uns 100 transplantes. Se ele faz uma residência de clínica médica e de repente faz uma especialidade médica, aí são mais dois anos. Esse ano nosso concurso para residência está sendo organizado pela associação médica do Rio Grande do Sul”, conta.

Além dos médicos, o hospital recebe estagiários de diversas áreas curriculares e tem convênios com as instituições Uniderp-Anhanguera, Unigran, Anhanguera, Facsul, Uems, UFMS, Padrão. “Todos eles têm estágio, com técnico de enfermagem e enfermeiros, que passam por aqui. Tem também outras faculdades: serviço social, psicologia, fisioterapia, nutrição, farmácia. Quando o aluno está para se formar precisa fazer tantas horas de estágio curricular. Por meio de termo de cooperação, nós recebemos eles aqui, conforme nossa capacidade de absorver esses profissionais.

Atualmente, mais de 100 profissionais são mestres e doutores no HRMS, sendo muitos deles professores universitários. “A saúde pública é uma grande escola para todos os profissionais de saúde. Aprendemos muito que com casos graves que não tem na rede privada. E isso faz a diferença. Não consigo ver um profissional bem formado que não trabalhe no SUS [Sistema Único de Saúde]. Digamos que a condição mínima para um profissional ser bem formado é ter um bom suporte teórico, ter cenário de prática adequado e orientação adequada. O HR oferece essas três coisas. Estamos falando de 1,2 mil internações. Só no pronto socorro passam mais de 2,5 mil pacientes por mês. Um hospital que tem 400 leitos, de médio para grande porte”.

100% SUS

Um dos grandes diferenciais do hospital regional é ser 100% SUS. Muitas vezes unidades de saúde que tem convênios entram em conflito de interesses, puramente econômico, haja vista que recebem por produção, atendendo o que interesse economicamente. “Aqui todos os pacientes são atendidos sob a mesma condição. Somos todos defensores do SUS e não fazemos distinção de paciente”.

Entre os processos marcante no hospital, o diretor pontua o aumento do número de residentes e programas de residência, atendendo demandas de Governo, uma vez que apenas de 1/3 dos médicos formados conseguem entrar, permanecendo o restante apenas como clínicos gerais. “Isso é importante, ter um local formador bom para que os médicos possam fazer residência”.

Controle de qualidade

Outro processo que teve incremento foi o de acompanhamento de controle de qualidade. “Temos um sistema informatizado, abastecido com todo os indicadores que antes eram tabulados manualmente. Hoje nosso setor de prontuário, prescrição, evolução médica, tudo é no computador, os exames de imagem estão no computador a gente olha raio X, tomografia, endoscopia, tudo na tela. E esse software também tem o modo estratégico, então, conseguimos saber quanto tempo o paciente está internado, quanto é a média de internação, quantos estão internando, qual é o pico. Poucos hospitais do País tem esse sistema, muitos profissionais de outros estados do Brasil, ficam chocados em saber que nós temos um sistema que só existe na rede particular. Utilizamos aqui o sistema MV, mesma versão que tem no hospital da Unimed e Cassems”, conta.

Além disso, os dados alimentam a direção do hospital na tomada de decisões. “Por exemplo, está melhorando o nosso tempo de internação? Quanto está custando nosso paciente internado? Qual o tempo médio para aguardar uma cirurgia, tem para liberar uma sala, nos temos indicadores de tudo. Concentramos todos os dados. Para saber viabilidade de instalar um laboratório e feridas, por exemplo, ou um serviço de atenção domiciliar, nós fazemos as contas dos custos para ver se compensa. Temos informações de todos os setores, onde o paciente passar, até de faturamento quanto o hospital gasta de água, de luz, de oxigênio”.

Residentes

Segundo a nutricionista, Clíssia Beatriz Mendonça Urio, que está fazendo intensivismo em Nutrição, a escolha em fazer a prova do HRMS é pela qualidade do ensino. “Desde que eu fiz nutrição na faculdade entrei no estágio na área clínica hospitalar e quis fazer residência e passei na
prova daqui. Comparado aos outros hospitais é bem melhor porque passamos pela área de enfermarias, CTIs, durante seis meses ficamos na linha materno infantil. Esse é mais um motivo que o HRMS é melhor: pela linha materno infantil que os outros não te englobam. Aqui passamos pelos cuidados com idosos, adultos e crianças. Estou bastante satisfeita”.

A acadêmica de Farmácia clínica, Carolina Ghlelen Felini, (foto capa) avalia que a experiência no HRMS está sendo muito boa. “Saímos com uma base que deixa a desejar da faculdade. Quando a gente chega aqui muda muito a visão, na área clínica pelo menos a experiência é muito boa. A teoria é muito bonita, mas se não tiver a prática fica faltando alguma coisa. Com relação aos preceptores da farmácia são muito bons. Estou gostando bastante”.

A médica pediatra e residente em Neonatologia, Loreta de Oliveira Liberatti, diz que o tratamento oferecido pelo HRMS, em comparação com outros hospitais, preconiza o contato da mãe com o bebê e a humanização das relações. “O atendimento é diferenciado. Aqui se preconiza o binômio mãe-bebê para manter o vínculo. Quanto mais ele for fortalecido, melhor para ambos, inclusive, reduz o tempo de internação. Para nós, profissionais, a experiência é ótima porque participamos dessa parte humanizada, estabelecendo vínculos, que é o forte do tratamento oferecido pelo HRMS”.

Diana Gaúna – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Fotos: Diana Gaúna e Edemir Rodrigues

O diretor da DEPQI/HRMS, médico cirurgião José Julio Gonçalves, explica  quadro de indicadores.

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