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Aumenta número de estadunidenses em busca de um imóvel na América Latina

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19/07/2018 12h22

Um estudo publicado pela National Association of Realtors (NAR), dos Estados Unidos, mostrou não há apenas que mais estadunidenses interessados em comprar uma propriedade no exterior, como os destinos preferidos deles estão na América Latina. A pesquisa se baseou em entrevistas com agentes imobiliários em todos os estados do país e serviu para elaborar um perfil sobre as atividades do setor.

Pelos dados publicados, 14% dos corretores afirmaram que receberam algum cliente em busca de imóveis à venda fora dos Estados Unidos em 2017. No anterior, essa proporção era de 6%. Segundo Lawrence Yun, economista-chefe da NAR, um dos motivos para o fenômeno é que a geração dos “baby boomers” (nascidos entre 1946 e 1964) já está próxima da aposentadoria e tem interesse em sair dos EUA.

Outras razões podem ser a relocalização dos empregos, não mais nos EUA, o que faz com que muitos trabalhadores estadunidenses desejem ir em busca de opções temporárias no exterior.

A América Latina gerou o maior interesse entre os possíveis compradores: 13% das buscas giram em torno do México, país vizinho e que possui uma longa e tumultuada relação com os EUA. Em seguida estão Costa Rica e Colômbia, com 4%, e o Brasil, com 3% das buscas. Além da região latino-americana, os imóveis na Itália, na Espanha, na Tailândia e no Canadá também são procurados.

Para Yun, a lista de destinos possíveis tem relação com a debilidade das moedas nacionais frente ao dólar, o que faz com que as propriedades desses países sejam mais valiosas para os estadunidenses. O peso mexicano, por exemplo, se depreciou 16% frente à moeda dos EUA em 2016, enquanto o real desvalorizou 18%.

Ainda que não existem dados oficiais sobre onde os cidadãos dos Estados Unidos buscam comprar imóveis no México, na Colômbia e no Brasil, a evidência dos agentes imobiliários é que eles vão em busca do mar: capitais brasileiras litorâneas, a costa caribenha colombiana e as ilhas do Caribe estão entre os destinos comuns.

Yun, no entanto, não deixa de apontar outro fenômeno: “há uma busca de grandes populações de migrantes de vários países que buscam comprar uma casa em seus países de origem, como é o caso da Colômbia e das Filipinas”, ressaltou em entrevista à revista Forbes.

No entanto, os números não significam que os estadunidenses estão querendo sair do país: dos que estão considerando comprar uma casa no exterior, 87% querem apenas para as férias ou para alugar, enquanto apenas 9% deseja, de fato, mudar de país.

A pesquisa da NAR, por fim, afirma que as vendas de propriedades residenciais nos Estados Unidos para compradores estrangeiros caiu em relação a 2016, movimentando US$ 102 milhões. A China liderou o ranking pelo segundo ano consecutivo com um volume de 29 mil propriedades adquiridas, gerando um fluxo de US$ 27 milhões, seguida pelo Canadá, pela Índia, pelo Reino Unido e pelo México.

Os metros quadrados mais caros da América Latina

O Centro de Investigación en Finanzas de la Escuela de Negocios da Universidad Torcuato di Tella, da Argentina, publicou em abril uma pesquisa sobre o mercado imobiliário na América Latina mostrando que o Rio de Janeiro tem o metro quadrado mais caro da região, com um preço médio de US$ 3.663 (R$ 13.032, na cotação de maio).

Depois do Rio, as cidades mais caras da América Latina são Santiago do Chile, com uma média de US$ 3.303 o m² (R$ 11.738), e Buenos Aires, na Argentina, cuja medida básica é vendida por cerca de US$ 3.059 (R$ 10.871).

Em seguida, ficam cidades como Montevidéu, no Uruguai (US$ 3 mil – R$ 10.661), São Paulo (US$ 2.523 – R$ 8.966), Cidade do México (US$ 2.519 – R$ 8.952), Lima, no Peru (US$ 2 mil – R$ 7.107), Cidade do Panamá (US$ 1.916 – R$ 6.809), Rosário (US$ 1.779 – R$ 6.322) e Córdoba (US$ 1.746 – R$ 6.204), ambas na Argentina, e Monterrey, no México (US$ 1.519 – R$ 5.398).

Segundo os dados, Caracas é a capital mais barata para se viver hoje na região, com um metro quadrado avaliado em torno de US$ 519 (R$ 1.844), muito por causa das altas taxas de inflação, da desvalorização do bolívar – moeda local – frente ao dólar e da crise econômica que o país atravessa.

A Venezuela, porém, apresenta um paradoxo: ao passo que a inflação atingiu 720% de alta em 2017, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os dados imobiliários foram contra a tendência de crise e cresceram. O motivo: a desvalorização do bolívar, a moeda local, além do controle rígido do Estado ao câmbio.

A crise política colabora para a queda acentuada: por causa dela houve uma sobre-oferta acentuada de escritórios nos últimos anos, fruto das fugas das classes mais altas do país nos últimos anos depois dos confrontos com o governo. Hoje, para ter um imóvel em Caracas, basta ter alguns bolívares e confiança no fim da crise. O benefício de venda futuro pode ser enorme, advertem alguns economistas.

Assessoria de Comunicação

Crédito: divulgação

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