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‘Céu de Querubins–Almas Gêmeas’ fica no MARCO até 6 de março

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06/02/2016 09h47

Céu de Querubins–Almas Gêmeas’ fica no MARCO até 6 de março

Além do filme, um vasto material fotográfico de Gustavo Massola, poemas de Deise Justus e três palestras também fazem parte da programação.

Pinturas, fotografias, poemas, um documentário premiado e uma lona de caminhão que: virou arte, foi para a estrada como utensílio e novamente se transformou em arte após cumprir sua missão. A exposição “Céu de Querubins – Almas Gêmeas”, do artista plástico sergipano Aecio Sarti está em evidência no Museu de Arte Contemporânea (MARCO), desde a noite desta quinta-feira (4) até o dia 6 de março, com tantos aspectos e detalhes que nem as palavras dão chance para descrever. Além do filme, um vasto material fotográfico de Gustavo Massola, poemas de Deise Justus e três palestras também fazem parte da programação.

Tudo começou com uma lona de caminhão que virou arte nas mãos de Aecio com a pintura de querubins, anjos considerados mensageiros de Deus e símbolos da justiça divina. Depois de pintada, a lona voltou para a estrada como utensílio que era. Durante o trajeto que percorreu no caminhão a lona auxiliou no transporte de potes usados para armazenar água na seca. Potes estes que nasceram arte, foram para as residências do sertão como utensílio vivenciando a pobreza e repousaram mais tarde expostas como arte. “São conexões universais presentes no cotidiano. É um presente da vida dentro de um processo de renascimento, ora das artes, ora dos objetos utilitários”, definiu o artista.

O trajeto da “tela” gigante de 12 metros de largura por 8 de altura rodando estradas do Brasil resultou em um brilhante documentário de 25 minutos. “Para fazer o filme procuramos um caminhão que tivesse uma rota poética e um caminhoneiro bacana, para que a história fizesse sentido. A história do sertão, do caminhão e da arte ali presente se entrelaçam. Foi como se os querubins ali pintados tivessem abençoado não só o trajeto do caminhão mas de todos nós envolvidos. Sem dúvida é um projeto muito nosso, da nossa família mas é também uma história de um Brasil verdadeiro”, contou Daniel Sarti, filho de Aecio.

Para algumas pessoas como o curador da exposição, Rafael Raddi e a artista plástica Alexandra Camillo, a obra se completa ainda mais após a projeção do audiovisual, trazendo conclusões e conexões individuais. “Depois de ver o filme que explica a obra toda da lona e seu trajeto percorrido, fiz uma associação da tradição do Mato Grosso do Sul e a arte de Lídia Baís que também utiliza os querubins. Arte não é separada da sociedade, ela é parte integrante. Esse foi um dos maiores motivos de trazemos até aqui”, opinou o curador.
“A exposição está linda! Muito interessante a proposta e assistir todo o relato em vídeo completa a obra. Valeu muito, amei”, elogiou Alexandra.

Em um momento de sintonia com a plateia, Aécio contou um pouco de sua trajetória na arte e a luta para afirmar a escolha de ser artista. “Desde pequeno eu já avisava que seria artista, para a desgraça do meu pai. A minha vida toda lutei contra opinião da família que dizia que eu deveria ser piloto como é meu irmão até hoje. Ninguém aceitou a minha verdade, mas até hoje persevero por ela, levando minha arte pelo mundo todo e conquistando meu espaço”.

Houve até um momento de tristeza ao lembrar das primeiras vezes que colocou os pés na região sul do antigo Mato Grosso.

“Uma vez quando eu tinha 12 anos de idade vim passar as férias em Três Lagoas, na época Mato Grosso, quando meu tio parou o carro no meio da estrada e me perguntou o que eu iria ser. Eu disse: artista. Então ele me abandonou ali mesmo por não concordar com minha decisão”, relatou.

Estiveram presentes a secretária adjunta da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), Andréa Freire, a coordenadora do MARCO, Maysa Barros, além de artistas renomados do Estado, como Humberto Espíndola, Jonir Figueiredo, Ana Ruas, entre outros. “Posso dizer que conheci hoje uma pessoa linda de uma história linda, alguém que tinha um objetivo, uma ideia poética e correu atrás, não saiu nunca do contexto. Ele provou que quando se tem uma meta se chega em qualquer lugar”, elogiou Ana Ruas.

Como parte da vinda de “Céu de Querubins – Almas Gêmeas” na Capital haverá no dia 5 de março, no MARCO um ciclo de palestras sobre o tema. Logo depois será exibido o documentário “Céus de Querubins” com a presença do diretor do filme Gustavo Massola, que na oportunidade também fará um debate. O documentário de 25 minutos foi vencedor de prêmios e menções honrosas em vários festivais nos Estados Unidos, Indonésia, Rússia, Argentina e Brasil.

Programação: (5 de março)

9h às 11h
A representação de Querubins e Anjos dos primórdios na Mesopotania até a contemporaneidade na História das Artes
Palestrante: Rafael Raddi: Historiador em Artes formado pela Universidade Ludwig-Maximilian de Munique na Alemanha.

13h30 às 15h30
A Anima e o Sentimento de Pertencimento: Almas Gemêas
Palestrante: Dr. Carlos Bernardi – Psicólogo clínico, Doutor em Literatura Comparada

16h às 17h30
O outro lado: Aecio Sarti, as lonas e as diferentes faces do amor
Palestrante: Daisy Justus – Psicanalista e escritor

Serviço: A exposição „“Céus de Querubins – Almas Gêmeas”, aberta ao público de 4 de fevereiro até o dia 6 de março, de terça a domingo das 11h às 17h. O MARCO fica na Rua Antônio Maria Coelho, 6000, Parque das Nações Indígenas. Mais informações: (67) 3326-7449.

Sectei

Fotos: Daniel Reino – FCMS

'Céu de Querubins–Almas Gêmeas' fica no MARCO até 6 de março

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