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Criação da Biblioteca Dr. Isaias Paim se confunde com a criação de MS

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10/10/2015 08h32

Criação da Biblioteca Dr. Isaias Paim se confunde com a criação de Mato Grosso do Sul

Instituição possui cerca de 40 mil livros, entre obras raras, lançamentos e até publicações antigas de Diários Oficiais.

Apenas três anos. Esse é o tempo que levou para a criação da Biblioteca Estadual Dr. Isaías Paim depois da Divisão do Estado. Atualmente ela é uma unidade da Fundação de Cultura de MS. O Diário Oficial da época publica sua fundação no dia 06 de janeiro de 1981, pelo decreto 826. Portanto são 34 anos de muita história e conhecimento tanto para os usuários, quanto para aqueles que se dedicam em mantê-la viva, cumprindo seu papel social de formar cidadãos por meio de livros que enriquecem a alma e arejam o cérebro.

Muitos não conhecem a história do patrono da instituição, o grande psiquiatra forense Dr. Isaías Paim, um homem ávido por conhecimento e um nato devorador de livros. Foi por meio do conhecimento que conseguiu ascender socialmente, já que sua vida foi de muito esforço, sacrifício e poucos recursos. Nasceu em Juazeiro na Bahia em 1909, vindo a se casar com uma paciente, numa história pitoresca, na qual por sua vez, também era amante da literatura, uma reconhecida escritora sergipana, Alina Paim.

Tendo escrito vários livros em sua área e uma referência em sua época, era um homem inquieto, sempre em busca de se aperfeiçoar em seu ofício, com um temperamento forte e sempre polêmico. Possuidor de uma vasta biblioteca doou-a para o Estado que na ocasião impulsionou a criação da Biblioteca Estadual que levaria seu nome.

Em 2004 veio a falecer, deixando um legado para outras gerações, um exemplo de profundo apreciador da literatura, bem como de inspirar pessoas a buscarem conhecimento por meio dos livros, como é o caso do Seu Julio Salles, consultor, de 64 anos e freqüentador assíduo da biblioteca, “eu freqüento desde a inauguração, aqui tem vários aspectos positivos, como uma tribo que vem e a gente até sabe o time que torce. Às vezes também venho como um refúgio, entro aqui em busca de um livro, do ambiente agradável. Prá quem gosta de ler é um prato cheio”.

Salles citou ainda que há uma diversidade de usuários que procuram a biblioteca, como gente da periferia, mães de família, sem tetos, moradores de rua, alunos. “Sempre que posso, fujo prá cá, gosto muito daqui. Em outras bibliotecas da cidade tem que pagar uma taxa. Nem sempre as pessoas têm dinheiro para isso. O que é de utilidade pública não deve ser cobrado, pois acaba limitando o acesso”, frisa Salles. Ele disse ler uma média de três livros por mês, mas que já teve época de ter lido muito mais.

Questionado sobre a era da internet, em que se pode ter acesso a livros digitais, ele foi taxativo, “A preguiça mental te tira da leitura, e a internet faz isso. Estamos perdendo inclusive a língua portuguesa com a garotada na escola que não estão tendo uma educação adequada. Gosto de folhear, sentir o cheiro do papel, tê-lo na estante. Gostaria que as bibliotecas tivessem uma atenção maior por parte do parte do poder público. Mas o importante é ler,” destaca seu Júlio.

A biblioteca dispõe de um acervo de aproximadamente 40 mil livros, entre os quais toda a produção literária do Estado, obras raras muito procuradas por pesquisadores e estudantes, e ainda Diários Oficiais antigos, do período de 1979 a 2014 e ainda um pequeno acervo em braile. Há cerca de três mil usuários cadastrados no sistema de empréstimo, nos quais dois mil são ativos e lêem em média nove livros por mês. Quem mais frequenta a instituição são mulheres e estudantes, nos quais os gêneros mais procurados são literatura brasileira, por conta do vestibular, e de literatura americana por causa dos lançamentos.

Para Eleuzina Lima, coordenadora da biblioteca Dr. Isaías Paim, muitos são os desafios para a instituição, principalmente por que ela sobrevive exclusivamente de doações de livros, seja do Ministério da Cultura, da Biblioteca Nacional, de editoras, bem como dos autores e da própria população. Também pelo programa PHL não estar totalmente ativo, pois caso estivesse, seria possível qualquer pessoa de qualquer lugar, consultar e até mesmo reservar livros. Ao falar de sua atuação profissional, os olhos de Eleuzina brilham, já que ela começou a trabalhar desde os quatorze anos de idade, “eu respiro biblioteca, estou aqui há 27 anos. Eu não tive outro emprego, comecei limpando estantes e já ia lendo os livros, como não tinha sistema eu é que dizia onde eles estavam. Depois de passar por vários setores, acabei fazendo biblioteconomia”. Eleuzina ainda disse que a biblioteca é um suporte para o meio profissional, e que no momento está ampliando a divulgação das ações realizadas pela instituição.

O professor de Letras Valderson do Amaral, 37 anos, que no momento está desempregado, frequenta com assiduidade a biblioteca para ler e acessar a internet. Questionado sobre o que lhe motiva a estar em meio aos livros, ele disse que o ambiente é acolhedor e o tratamento dos funcionários agradável, bem como um lugar em que pode ampliar oportunidades no meio profissional, “como meu trabalho exige leitura, é fundamental que eu esteja atualizado”, ressaltou Amaral.

Serviço – A Biblioteca Dr. Isaías Paim está localizada na Av. Fernando Corrêa da Costa, 559, no 2º andar e funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 17h30. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (67) 3316-9161 / 3316-9175, ou pelo e-mail: [email protected]. É possível interagir com a fanpage da instituição no https://www.facebook.com/bibliotecaisaiaspaim.

Criação da Biblioteca Dr. Isaias Paim se confunde com a criação de MS

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