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Os artefatos em ouro que intrigam a ciência moderna pela sua antiguidade

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19/02/2019 15h26

Ossos, peles de animais e conchas do mar foram as primeiras matérias-primas para a fabricação de joias quando os ancestrais humanos deixaram o continente africano e chegaram ao Egito. Logo, porém, o ouro se tornou o elemento dominante na história antiga: empoderados pelos avanços tecnológicos, pelo acesso às pedras preciosas e outros metais valiosos, inspiraram também uma cultura de realeza e nobreza que tinha uma profunda apreciação pela luxúria.

Isso aconteceu não muito tempo antes dos egípcios se tornarem os primeiros grandes produtores de joias e de criarem as tendências que fazem parte do Ocidente até hoje.

Os motivos das escolhas de quem usava joias, como pingentes de ouro, tinham uma relação próxima com crenças religiosas da época, e os materiais usados para produzi-los estavam intrinsecamente ligados a credos em que tinham relação com as atividades que permitiam à comunidade se sustentar.

Talvez o momento que defina o crescimento da joalheria egípcia foi, justamente, a descoberta do ouro. Ela permitiu colecionar vastas quantidades de metal, que era perfeito para os projetos de joias da nobreza que então se formava. Os egípcios antigos valorizavam os adornos pessoais tanto nos homens quanto nas mulheres e em todas as classes sociais. Suas estátuas de deuses e reis eram sempre enfeitadas com joias luxuosas, e mesmo os mortos eram enterrados repletos de peças.

A joalheria em ouro se tornou um símbolo na pré-dinastia egípcia. Significava poder, religião e status, mas também levava um aspecto sentimental: era usado por pessoas que compartilhavam situações de vida, como a caça, a pesca e agricultura. Esses indivíduos podiam ser amigos, colegas ou mesmo parceiros amorosos. Os egípcios viam o anel como um círculo que simbolizava a aliança entre pessoas. Mais do que isso, a peça sem um fim identificável representava o amor e a vida eternas.

As tumbas encontradas por arqueólogos abundavam de anéis de ouro, prata, ferro, argila e quartzo. Esses anéis eram usados por homens e mulheres, ou em forma de ornamentos de proteção, ou para demonstrar autoridade, ou para carregar um sinal familiar. As peças das famílias mais pobres, assim como aquelas dos servos mortos que acompanhavam seus patrões na última viagem, eram mais simples, feitas de cobre ou cerâmica. Nobres e ricos usavam outras joias produzidas com ouro e prata. “Cada anel era uma obra-prima dos ourives da época”, explica a arqueóloga Amélia Ortiz, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Muitos desses anéis tinham hieróglifos gravados com os nomes e os títulos dos seus proprietários. Alguns especialistas já encontraram exemplares no Egito feitos com mármore, âmbar e pedras preciosas. Mas havia uma imagem recorrente em qualquer anel de pessoas mortas: o besouro.

O inseto era símbolo da boa sorte porque evocava o deus Jepri, que era representado como um ser metade humano e metade inseto. Jepri era o “deus da manhã” e o “símbolo da vida eterna” e, por isso, seus sinais eram indispensáveis para qualquer morto. Além disso, o uso do anel também ajudava no confronto pós-vida com Osíris, a divindade que presidia o tribunal que julgava a alma de quem deixava a vida.

Nos tempos antigos, os anéis também eram usados como selos, em que os egípcios também foram os precursores. “Nós sabemos que eles adotaram cilindros da Mesopotâmia como selos e deram a eles os anéis. Eles assinavam seus documentos com um selo de argila, gesso ou terra para reconhecer questões judiciais”, explica Ortiz. No entanto, os egípcios não ignoravam o uso que hoje é comum desse tipo de joia: assim como nós, os maridos davam às suas esposas brilhantes peças de ouro para como modo de simbolizar a custódia de seus bens e suas possessões. Essa é a história mais bem aceita do “anel de casamento” utilizado hoje.

Assessoria de Comunicação

Crédito: divulgação/Assessoria

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