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Semana do Artesão é encerrada com Feira que mostra variedade

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25/03/2019 10h46

Encerrando a programação da 12ª Semana do Artesão, a Cidade do Natal recebeu na tarde deste domingo (24.3) a Feira de Artesanato ‘Mãos que Criam’, com gastronomia, música e sorteio de brindes. Ao todo mais de 300 artesãos expuseram seus produtos, com muita variedade, colorido e amor pela atividade.
Uma das artesãs que transforma matéria-prima em arte, presente na feira, é Catarina Guató. Nascida e criada na ilha Insua, que fica a três dias de Corumbá de lancha, Catarina hoje mora em Corumbá, onde produz suas peças para serem vendidas como lembrança para turistas e também ensina voluntariamente os ribeirinhos.

A matéria-prima utilizada na confecção das bolsas, mochilas, cintos, chinelos, chapéus, saias e coletes é o aguapé – planta muito comum na região, que flutua nas águas do rio Paraguai, bacias de corixos. “Esta planta serve como abrigo e alimento para várias espécies. É dela que tiro meu sustento”, explicou a artesã.

Catarina trabalha com artesanato desde 1974 e antes disso trabalhava com pesca, remando a canoa, e plantação, desde os cinco anos. Aprendeu o ofício de trançar o aguapé com sua sogra Josefina e hoje, aos 69 anos, já ensinou sua sobrinha, Maria Aparecida além de suas irmãs Leonora e Eliane. Ela diz que expor seus produtos na Feira ‘Mãos que Criam’ e ser homenageada na Semana do Artesão é a mesma coisa que “ganhar na loteria”. “Quem ia imaginar que eu, naquele mundão, hoje estaria aqui. Eu me lembro de quando eu recebi o telefonema de uma juíza para participar de uma programação em Corumbá e Barra do São Loureço. Fui num barco, conheci várias pessoas da área do Direito”, contou.

Outro artesão que fez bastante sucesso na Feira é Luiz Mauro dos Santos, de 55 anos. Suas peças em madeira são microcosmos das atividades de uma fazenda – como o engenho de moer cana, o alambique, banquinhos, relógio de parede, o barzinho, a serra mecânica, o fogão a lenha. “É um trabalho que eu gosto de fazer, vivo só disso”, ressaltou.

Luiz trabalhou durante 20 anos num restaurante como cozinheiro e garçom mas deixou tudo pela discriminação que sofreu por ter dificuldade na fala: “Eu não sabia que o mundo aí fora era bravo. Sempre fui empregado e não sabia o que era trabalhar por conta. Decidi nunca mais trabalhar pra ninguém e uso minhas ideias para fazer artesanato”.

Para o artesão, expor na Feira é uma oportunidade de mostrar o que faz para outras pessoas: “As pessoas que vêm aqui me elogiam. Elas percebem que sou um profissional que gosta do que faz. No mundo que nós vivemos hoje não é fácil vender algo decorativo, que não tem utilidade direta”, destacou.

Admirada com a produção dos artesãos da terra, a diretora-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Mara Caseiro, visitou os estantes, conversou com os artesãos e adquiriu várias peças. “Tenho muita admiração pelas pessoas que criam, que têm a criatividade de transformar tudo o que vêem, reciclando e aproveitando materiais e colocando nessas peças seu sentimento, amor, talento e dom”.

Para Mara, a importância da Fundação de Cultura fomentar o artesanato está em fortalecer e valorizar os artesãos regionais, porque esta atividade também é geradora de renda: “Muitas pessoas ajudam na renda familiar com o artesanato, que é expressão de dom e talento, mas também é sobrevivência. Estamos encerrando esta Semana do Artesão com chave de ouro, com esta noite bonita, esta reira, shows e sorteio de brindes”, concluiu Mara Caseiro.

A gerente municipal de Artesanato, Sônia Albuquerque, também prestigiou o encerramento da ‘Semana do Artesão’ e enfatizou que a parceria do governo do Estado com o município, na realização dos eventos da Semana, foi muito boa: “Foram sete dias de homenagens aos artesãos, que só foram possíveis graças a essa parceria. Estamos em festa desde a última segunda-feira, encerrando hoje nesta feira. É muito gratificante para o artesão que cria sua peça saber que seu produto está em alguma empresa, residência, consultório e ainda gera renda para ele”.

A noite foi embalada ao som animado da cantora Ana Cabral e da banda Fascínio. O sorteio de brindes foi muito festejado pelos presentes que receberam suas lembrancinhas com alegria. E para quem gostou da festa e deseja prestigiar nossos artesãos, não é preciso esperar até o ano que vem. A Feira ‘Mãos que Criam’ acontece uma vez por mês, na Cidade do Natal, sempre aos domingos, a partir das 15 horas.

Texto: Karina Medeiros de Lima – Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Fotos: Daniel Reino

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