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Colômbia anuncia que encontrou um dos tesouros mais famosos da história

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04/04/2019 14h38 –

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Ouro, prata, esmeraldas, canhões de bronze, peças de cerâmica e outros objetos são parte do tesouro do galeão San José. A Colômbia anunciou no final do mês passado que, após séculos de lendas e buscas reais, encontrou o “Santo Graal dos naufrágios” três anos atrás, mas que não conseguirá recuperá-lo por enquanto.

O patrimônio, submerso a três séculos, foi considerado um dos maiores da história no passado, avaliado nos últimos anos em cerca de US$ 1,5 milhão (R$ 5,82 milhões), mas segue debaixo das águas do mar de Cartagena de Índias, cidade turística litorânea a 1.069 km da capital Bogotá que lidera todas as buscas por viagens em direção ao país.

O navio San José naufragou em 1708 depois do ataque de uma embarcação inglesa enquanto tentava atravessar o mar em direção à costa das colônias espanholas além-mar.

O governo do presidente Iván Duque anunciou ainda que vai suspender novamente o acordo com a empresa privada contratada para resgatar as pedras preciosas e outros objetos que acredita estar dentro do barco. “Rechaçamos qualquer possibilidade de venda, monetização ou pagamento dessas espécies fundidas e também descartamos qualquer possibilidade de divisão. O tesouro deve permanecer unido e exibido para os colombianos e visitantes do mundo”, assinalou a vice-presidenta do país, Marta Lucía Ramírez, no final do mês passado.

As autoridades colombianas também afirmaram que se “preocupam com a possibilidade do pagamento à empresa precisar ser feito por meio da entrega de peças extraídas do tesouro”. “Isso significará que parte de nossa história fique dispersa pelos antiquários do mundo e resultará em um precedente inaceitável para o resgate de futuros navios”, indica o documento. A Colômbia acredita que existam mil navios naufragados ao longo de sua costa, mas pouquíssimos possuem tesouros escondidos.

A Maritime Archaeology Consultants (MAC) foi a empresa britânica contratada pelo governo colombiano para “explorar, intervir, se aproveitar economicamente e preservar o navio naufragado”, como se pode ler no documento assinado em janeiro de 2015 por ambas as partes. A administração do então presidente Juan Manuel Santos foi responsável pelo acordo público-privado, mas fez reparos no contrato quando percebeu que o resgate poderia significar uma possível divisão do patrimônio encontrado.

O historiador colombiano Francisco Muñoz disse ao jornal El Espectador que teme que o tesouro seja dividido entre o governo e a MAC. “O patrimônio que está no galeão é de uma significação maiúscula e aparentemente está em risco. O processo contratual com a empresa não a converte na única proponente do resgate”, vociferou.

Muñoz é parte de um conselho judicial sobre patrimônio nacional submerso da Colômbia e afirmou ainda que, até agora, não conseguiu formular um processo para que outros proponentes expressem interesse em ajudar na recuperação do tesouro. “O principal objetivo da sociedade civil e do conselho é que o patrimônio não seja dividido nem comercializado, mas seja exposto até a última haste de madeira em um museu”, afirmou.

Para o governo espanhol, o galeão San José era um “barco de Estado” e, por isso, aplaudiu a decisão do governo colombiano em frear uma possível extração do seu tesouro por uma empresa privada. “Seus restos têm a consideração de uma ‘tumba submarina’ e não podem ser objeto de exploração comercial”, indicou a chancelaria da Espanha um dia depois do anúncio da Colômbia em revisar as condições da recuperação do patrimônio.

O país ainda considerou que a Colômbia tomou a decisão correta ao evitar que o tesouro seja tomado e repartido em peças de coleção ou em casas de leilões de arte. Em um primeiro momento, chegou-se a aventar que a Espanha disputaria o conteúdo, já que o San José era uma embarcação espanhola, mas Madrid não deu mostras de entrar nessa briga.

O galeão San José tinha navegado do Panamá até o porto de Cartagena de Índias, onde tinha previsão de passar por Havana, em Cuba, antes de voltar à Espanha. Como era época de confrontos marítimos entre as potências oceânicas, Inglaterra e Espanha, o navio inglês Expedition conseguiu afundá-lo no Mar do Caribe, matando cerca de 600 tripulantes.

Quando, no fim de 2015, a Colômbia publicou as primeiras fotos do navio submerso, os historiadores acreditaram que os canhões de bronze poderiam ser do San José. Com a confirmação, foi possível identificar frascos de vidro e armas pessoais do galeão.

Iván Duque disse na semana passada que vai buscar uma fórmula legal para que as peças submersas seja recuperadas e permaneçam no país como patrimônio do Estado. O presidente confirmou que vai convocar autoridades para analisar as opções que estão na mesa para resgatar o tesouro. Muñoz já deu sua sugestão: construir um museu na cidade costeira para exibir todos os objetos valiosos do San José.

No entanto, não está fora de cogitação que o governo venda as peças disputadas que hoje estão no fundo do oceano — apesar de ser improvável.

Assessoria de Comunicação

Crédito: divulgação/Assessoria

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