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Especialista diz que responsáveis devem pagar pesquisas em barragens

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06/02/2019 11h42

O presidente da Academia Nacional de Engenharia (ANE), Francis Bogossian, defendeu ontem (5), em entrevista à Agência Brasil, que os responsáveis pelas barragens financiem os serviços de pesquisas de mitigação, campo e de laboratório das barragens no esforço de prevenir desastres, como o que ocorreu com o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

Segundo Bogossian, é necessário analisar as barragens que “não escorregaram” referindo-se às estruturas ainda inteiras não transformadas em líquido pastoso. De acordo com ele, a partir daí será possível verificar se estão sujeitas à liquefação, como ocorreu em Brumadinho, para identificar a sistemática que deve ser adotada.

“Está na hora de consertar. Assistir aqueles que tiveram perdas e fazer um processo de análise das barragens antigas”, ressaltou o engenheiro, lembrando que o empreendedor financia e o governo contrata com esse dinheiro empresa e especialistas de qualidade. “Não um serviço mais baratinho, sem qualificação necessária, que significa botar dinheiro no lixo.”

Propostas

Especialistas da ANE, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), do Clube de Engenharia e da academia preparam uma série de sugestões de prevenção a desastres.

As entidades nacionais de engenharia podem dar sugestões, como alinhar a norma brasileira com os códigos internacionais, e exigir análises determinísticas de estabilidade dessas obras e de possibilidade de ruptura dessas barragens.

Bogossian ressaltou que há especialistas no Brasil em todas as áreas da engenharia, lembrando que é necessário reavaliar a segurança de todas as barragens com aquele alteamento de montante de centro.

Alerta

Bogossian alertou que o Brasil tem centenas de barragens antigas, sem documentação técnica para análise de engenharia e que necessitam de exames. “Com essas barragens antigas, nós temos um grande passivo ambiental acumulado há décadas e que leva tempo para mitigar. Mas tem que começar a fazer isso”, avaliou.

O engenheiro observou que, após os acidentes em Mariana (MG), em 2015, e no Canadá, em 2014, com o rompimento da barragem de rejeitos em Mount Polley, na Columbia Britânica, houve mudanças de diretrizes técnicas e as empresas estão em movimento para a melhoria da segurança e da integridade de seus ativos.

Agência Brasil

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