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Presidente do INSS oferece bônus a servidores para evitar aposentadorias

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26/11/2018 08h30

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Edison Garcia, afirmou que o órgão pretende minimizar as consequências do déficit de 22 mil servidores investindo em tecnologia.

Em entrevista ao jornal carioca Extra, ele disse que o primeiro passo é implementar um sistema que conceda os benefícios sem a necessidade da presença física dos requerentes nas agências.

“Nós lidamos historicamente com pessoas, e a gestão histórica do INSS criou um distanciamento das agências, que concedem benefícios. Para mudar isso, estamos buscando modernizar o INSS e implantar sistemas inteligentes para a concessão do benefício, como as concessões automáticas, visto a necessidade, e pelo iminente agravamento de atendimento por causa de aposentadorias de servidores em janeiro de 2019”, contou.

Garcia também revelou que negocia com o governo federal para reter as aposentadorias previstas para o ano que vem e, assim, controlar o déficit de funcionários no INSS em 2019. De acordo com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), 55% dos servidores atuais do órgão poderão se jubilar a partir do próximo ano, o que tornaria o funcionamento do órgão praticamente inviável.

O Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais da Saúde (Sindsprev) afirmou no final de outubro que o déficit de pessoal no órgão faz com que certas demandas dos segurados já cheguem a até seis meses de espera.

O próprio INSS admitiu que a falta de servidores nas agências e nas análises de pedidos de benefícios faz com que pouco mais de 175 mil mulheres que tiveram filhos ou adotaram crianças no país estejam na fila de espera do seguro-maternidade. Em alguns casos, segundo o órgão, a demora também dura seis meses.

Para reter os funcionários mais antigos, ele anunciou que o INSS está oferecendo R$ 60 a mais no salário para cada análise de benefício feita pelos servidores atuais – um “sistema de bônus”, segundo o presidente, que ainda pode ajudar a diminuir as filas nas agências. “Temos um diagnóstico da dificuldade de pessoal e por isso criamos a meta”, explicou.

Outra medida que o INSS implementou foi a autorização para que analistas e técnicos trabalhem de casa. O Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP) reclamou recentemente afirmando que a medida é “paliativa”.

Garcia se disse otimista de que o governo federal coloque o INSS entre as prioridades para os concursos abertos em 2019. O órgão aguarda desde a metade deste ano pela resposta de um pedido de abertura de 7.888 vagas, sendo 3.984 para técnicos de nível médio, 1.692 para analistas de nível superior e 2.212 para peritos formados em Medicina.

Os salários vão de R$ 5.186,79 a R$ 12.683,79. Considerando os excedentes chamados, seriam mais 2.050 vagas de técnicos e 530 de analistas.

“O [ministério do] Planejamento diz que há o ajuste fiscal, não tem previsão de concurso e está restritivo. A área técnica do Ministério do Planejamento diz que olha com bons olhos os órgãos que fazem o dever de casa para compensá-los com uma liberação de concurso”, disse.

“Como o INSS vem fazendo grande esforço de gestão, de mudança de procedimento e buscando eficiência, eles estão muito animados com esse trabalho e acham que é uma condição importante para um concurso em 2019”, completou.

Enquanto as entidades sindicais falam em 22 mil servidores, o INSS admite que o déficit é de 16,5 mil, número que pode aumentar para 18 mil em janeiro de 2019 caso todas as aposentadorias previstas se consolidem. Garcia acredita que a equipe presidencial do próximo mandato, que começa no primeiro dia do ano que vem, deverá autorizar o certame.

Assessoria de Comunicação

Crédito: divulgação

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