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Casa Militar usa avião apreendido do tráfico para transportar órgãos

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03/03/2019 11h15

O que antes era usado para traficar drogas hoje salva vidas. Em Mato Grosso do Sul, aeronave doada pela Polícia Federal à Casa Militar do Governo do Estado realiza missões de transporte de órgãos e contribui com a saúde pública. As operações são feitas com apoio do Corpo de Bombeiros Militar (CBMS) e da Organização de Procura de Órgãos (OPO), da Santa Casa de Campo Grande.

Somente em 2019 foram cinco missões – a última delas realizada na semana passada, explica o coordenador do transporte aéreo da Casa Militar, coronel Adalberto Ortale Júnior. “O objetivo [da aeronave] é o transporte de autoridades; apoio às operações de segurança pública; e suporte às missões humanitárias, como essa de transporte de órgãos”, conta o militar.

Na operação, rins e córneas foram captados em Dourados e enviados para Recife, Belo Horizonte e Campo Grande (córneas). “É extremamente gratificante saber que nossos esforços são no sentido de poder conduzir a esperança para muitas pessoas. Hoje, provavelmente, tem pessoas renascidas na fé de uma vida com mais qualidade, através da doação desses órgãos implantados”, expressa Ortale.

O apoio da Casa Militar em missões de transporte de órgãos teve início há cerca de quatro meses. Mas as atividades foram intensificadas neste ano, diz o enfermeiro da OPO, Rodrigo Corrêa. “Em janeiro deste ano batemos o recorde de transportes. Foram três realizados”, afirma o profissional. Segundo ele, a Central Nacional de Transplante (CNT), que fica em Brasília (DF), define para onde vai o órgão coletado.

“Antes fazíamos esse trabalho de carro. Captávamos o órgão em Dourados ou Três Lagoas e ele ia para outros estados. Nossos pacientes não recebiam esses órgãos porque o tempo de viagem até Campo Grande, [onde se faz operações de transplante], era de até quatro horas. Agora, com a ajuda da Casa Militar, o tempo reduziu para 40 minutos e esses órgãos podem ficar em Mato Grosso do Sul”, destaca Rodrigo.

O tempo é um fator importante nesse tipo de trabalho e o uso de aviões auxiliando na captação e transporte de órgãos aumenta as chances de sucesso em transplantes. “Sem essa ajuda da Casa Militar é impossível fazer transplante de órgãos doados de outras cidades, por causa do tempo de isquemia fria [período de ‘duração’ do órgão fora do corpo humano]”, conta o enfermeiro.

De acordo com Rodrigo, a Santa Casa trabalha com transplantes de rins e córneas há três anos. “Em 2016 foram realizados três transplantes; em 2017, 17; em 2018, também 17; e em 2019, até o momento, cinco”, enumera.

Com o fortalecimento da parceria para o transporte, Rodrigo acredita que no próximo semestre o hospital poderá trabalhar com transplantes de coração. “Nossas equipes estão sendo credenciadas no Ministério da Saúde”, revela.

Ao todo, a Casa Militar do Governo do Estado possui cinco aeronaves aptas para o transporte de órgãos. Em cada missão viajam cinco pessoas: três tripulantes, um médico e um enfermeiro.

Bruno Chaves – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

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